O pequeno varejo tem apresentado crescimento
significativo no Brasil. Segundo
dados da Nielsen de 2007 o pequeno varejo, que
em 2003 participava com 11% do
faturamento no varejo alimentar, passou a
participar com 13% em 2006. Isso implica em
uma maior concorrência imposta aos donos do
pequeno varejo que, além da concorrência
de vizinhança, enfrentam também a concorrência
de grandes redes que têm aberto lojas
menores, tal como o Carrefour Bairro, em
centros urbanos, locais anteriormente
dominados por pequenos grupos varejistas.
Com isso, aumenta-se a relevância para que o
pequeno varejista invista em sua
loja e profissionalize seu gerenciamento de
sortimento, preços, espaços, comunicações e
serviços. Por outro lado, as indústrias e os
atacadistas também devem estar cientes desse
acontecimento, implicando em mais esforços
para manterem seus produtos e espaços nas
gôndolas do pequeno varejo e, até mesmo, nos
espaços nobres das lojas. Como um dos
possíveis esforços, essas organizações deverão
investir para que suas equipes de vendas
consigam demonstrar, junto ao pequeno varejo,
uma preocupação com o negócio deles
como um todo, de maneira a diagnosticar as
lojas e, em casos mais avançados, realizar
sugestões de melhorias no layout e gestão da
loja.
Nesse contexto, o suporte da indústria à
aplicação do gerenciamento de categorias
no pequeno varejo apresenta-se como uma
oportunidade para os dois agentes: o primeiro
poderá obter mais espaço disponível na área de
vendas e, o segundo, benefícios em
termos de dispor de sortimento mais adequado
ao cliente (shopper), melhor exposição,
melhor abastecimento e calendário eficiente de
promoções, criando satisfações para gerar
uma maior satisfação nos clientes e,
inclusive, ampliar a base de clientes, alavancando as
vendas na loja.
O gerenciamento de categorias (GC) “é uma realidade nas grandes redes de
supermercados e hipermercados, farmácia e lojas de materiais de construção”
(DOMINGUES, 2008), porém não é ainda uma
realidade adaptada no pequeno varejo,
pois sua metodologia é complexa, coerente com
sua origem, concebida por um grande
varejista, o Wal-Mart, em conjunto com a
Procter & Gamble, a partir de um sistema
denominado de ECR (Efficient Consumer
Response) durante a década de 80 e início de
90. O fator motivador do ECR ocorreu em
virtude de que os varejistas e seus
fornecedores se tornaram mais conscientes
quanto à necessidade da melhoria dos serviços
oferecidos ao longo da cadeia, buscando
entregar mais valor ao consumidor final (REIS;
TEIXEIRA, 1998, p. 3).
Portanto, considerando o crescimento do pequeno varejo e a necessidade das
indústrias estarem, cada vez, mais integradas
aos varejistas, o problema de pesquisa
investigado neste artigo envolve como pode ser
adaptada a metodologia tradicional de
gerenciamento de categorias para a aplicação
no pequeno varejo?
Essa é a questão central pesquisada para o presente artigo, de maneira a
apresentar, como resultado, uma proposta de
metodologia do gerenciamento de categorias
aplicada por uma indústria de bebidas em pequenos
varejistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário